Até onde vai sua Matrix?

Aí rolou aquele papo... De minutos, foram horas! Os gostos? Parece que foi tudo combinado! Até aquela camiseta cor de abóbora bem viva que você ganhou da sua avó e só você acha bonita ela também tem uma! E por coincidência, também ama. E aí, marcam mais uma vez. E tome bater papo, e contar da vida, ficar de casos e besteiras, igual Cazuza e Bebel. Risadas, sorrisos, admiração. Os olhinhos começam a brilhar e o que a dias era somente afinidade, começa a tornar-se saudade, falta, carinho e sabe-se lá o que. Como você sente isso tudo por alguém que você nunca viu? Nunca tocou? Nunca sentiu o cheiro? Coisa de maluco né? Né não... Acontece mesmo.

Quem nunca teve uma paixão virtual? Trocou um papo no Orkut, numa sala do UOL, ou no próprio blog e “se apaixonou”? Até aí tudo bem. Na minha opinião a chance de dar certo ou de dar errado é a mesma do mundo real. Em ambos encontramos gente boa e gente ruim. O problema começa quando encontramos gente ruim. Estamos tão afim que não percebemos. Já caíram nessa?

O assunto é bem complexo, mas não tem como fugir de algumas boas práticas bem básicas de quem quer se envolver. Digo complexo por que? Há gente que quer se preservar. Não se expõe, nada de fotos, cam ou dados a mais. Normal. O lance nesse caso é o tempo. Alguém que quer se preservar mas quer se envolver contigo, não pode passar anos atrás do monitor sem te dar algo de concreto. Um telefone fixo, mostrar-se na cam, falar ao telefone, concretizar um encontro. Se isso não vai se tornar real, então pra que se envolver? Não me parece lógico. Há quem tenha medo, e ainda assim, cai no caso acima. O medo não pode deixar uma pessoa meses atrás de um monitor, quando o tempo se estende demais, isso começa a ficar esquisito. Há as pessoas que querem criar personagens, o que é normal. Há as pessoas que começam mentindo e no meio querem consertar e acabam complicando ainda mais e por fim, há as pessoas realmente ruins. Quem não ouviu falar do caso Leonardo Werneck? Há de se perceber que todas tem características em comum: Excesso de mistério, privacidade demasiada, desculpas cabulosas, sumiços repentinos tudo em prol de algo; nunca se mostrar, nunca aparecer, nada de concreto. Isso provém da doce ilusão da internet (ainda) ser terra de ninguém. Como profissional da área (disponibilizo o meu registro a quem quiser, só me enviar um email) afirmo que isso é apenas ilusão. A internet possui leis, códigos e julgamentos próprios (crimes digitais) e engana-se quem se acha seguro no intuito de ficar anônimo. Óbvio que isso demanda tempo, e conhecimento, se não técnico ou de amigos (em provedores). Lembro ainda que não é anticosntitucional a liberação de dados por parte de provedores nos casos de investigações digitais, o sigilo se refere sempre ao conteúdo e nunca ao acesso. Quem não se lembra quem na Matrix existiam leis?

A quem está nessa: Tente trazer logo pro real. Ninguém morre ao se mostrar numa cam. Ao te mandar uma foto recente. E outra, quem manda uma foto, manda 10, 15, 20. E nada de fotos cortadas. Pensem como é fácil entrar no Orkut alheio e roubar fotos. E os amigos próximos? Cadê os depoimentos dele no Orkut da pessoa? Cadê eles no Orkut da pessoa? Cadê as fotos deles com a pessoa? Se você quer um tel fixo e tem coragem, passe o seu, se você não receber um em troca, meus queridos, caiam fora. É fake, e pior que ser fake, é ser gente ruim. O post de hoje foi meio sério né? Talvez eu tenha sentido necessidade de alertar sobre tal. Talvez eu queira falar pra vocês que é mais bonito ser real. Ou que talvez a pessoa que te queira de verdade está cagando e andando pra toda perfeição fake virtual que você passa e queria somente alguém cheio de defeitos mas de coração real que você não foi. Alguém gente da gente. Porque mesmo virtualmente, a alma se fere...

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