Macarrão Estragado

A pouco tempo viajei pra Miguel Pereira, região serrana aqui do Rio. Fomos comemorar meu aniversário e o de uma amiga. Viagem entre amigos, aquela coisa, geral em casa bebendo, brincando... Porra nenhuma. Foi uma merda! Duas galeras diferentes, que não se conheciam, e modéstia a parte, com a minha não tem miséria. Levei só eu 4 litros de Red Bull e o Léo 2 garrafas de Red Label, enquanto a outra galera queria dividir a conta de miojos. Enfim, ficaram 2 grupos. Um ficou se comendo dentro da casa, eles. Outro ficou bebendo e zoando fora, nós. De tanto whiskey com RedBull, o Macarrão foi ficando louco, louco. A gente avisando:

-Coé Macarrão, manera nessa bebida!

Macarrão é pilha fraca. O Léo começou a agitar pra ele beber, beber e beber, e ele ia no papo. Em determinada hora Macarrão foi pro quarto e desmaiou de bêbado, pra minha alegria. Pense num espírito de porco. Yes, I AM! Tiramos altas fotos do Macarrão: Com flor no cabelo, com cueca na cabeça, colocamos o Fedor, o cachorrinho da casa, em cima dele, fizemos o Fedor lamber a boca dele, tudo isso minuciosamente fotografado. Pô, comecei a achar a zoação fraca. Qual a graça de só se tirar foto?

Sentei do lado de fora e fiquei olhando pro nada, talvez esperando alguma inspiração. Fedor veio, me olhou, pediu carinho, latiu, se afastou e deu uma cagada na grama. Meus olhinhos brilharam! Não sei como não havia pensado naquilo antes! Corri na cozinha, peguei um palito de dente e passei um pouco do cocô do Fedor na ponta. Geral me olhando:

-Cara, o que que você vai fazer Felipe? Você só faz merda.
-Não, a merda quem fez foi o Fedor. Me tira essa culpa porque eu já carrego coisa demais!

Fui até o quarto, olhei a imagem do Macarrão ali, bebão dormindo e nisso já comecei a rir. Eu quando vou fazer merda, começo a rir igual a uma hiena descontrolada. Sério! Tive que me controlar pra não acordar o Macarrão. Me ajoelhei, meti o palito sujo de cocô dentro do nariz dele, e cuidei pra que ficasse tudo lá dentro. Macarrão deu um suspiro e coçou o nariz. Perfeito! Espalhou tudo.

La fora, bebi, bebi, bebi e tinha até esquecido da parada já. Quando foi lá pra noite, Macarrão acordou, foi na varanda, deu boa noite pra geral e sentou do meu lado.

-Porra cara, dormi pra caralho.
-Claro, parece que quer entrar dentro da garrafa. Avisei pra parar de beber.

Macarrão começou a se olhar. Pés, mãos, camisa e short.

-Porra Felipe, ta um cheiro de merda não ta?
-To sentindo não cara.
-Cara, alguém cagou feio na casa! To desde lá de dentro procurando onde foi mas não acho. A casa ta empestada com o cheiro cara, mas porra, não consigo saber de onde é!
-To sentindo não...

Macarrão ficou calado. Olhando pro nada, e eu naquela de não poder rir me fiz o bêbado que estava rindo de tudo.
-Pô Felipe, tu ta me zoando não ta? Tá o maior cheirão aqui e tu não ta sentindo?
-Não cara! Será que tu cagou nas calças de tão bêbado.

Macarrão disfarçou, mas eu vi ele meter a mão dentro da cueca.

-Cara, será que to tão bêbado que to pensando que to sentindo o cheiro?
-Pode ser.

Macarrão coçou a cabeça, olhou pro nada, ainda pensou em me xingar ao desconfiar que eu tinha feito algo, mas fiquei bem sério e quando ria, fingia ser por outra coisa.

Semana passada, estávamos voltando de um casamento. Todos no carro e bêbados. Casamento é aquilo né? Encontra aquela galera da antiga, músicas dos anos 80, tome cerveja, tome caipirinha e acaba geral alto. Macarra voltou bebão... no carro, parecia estar anestesiado. Eu zoava e ele nada de responder. Meu irmão que não sai conosco perguntou:

-Nossa, o Alberes sempre bebe assim?

Eu no auge da empolgação e do poder etílico soltei o que não era pra soltar!

-Sempre! Pô, na ultima vez, viajamos pra Miguel Pereira, ele doidão, eu peguei coco de cachorro e passei dentro do nariz dele.

Macarrão abriu os olhos:

-Cara, na moral, você tem problemas. Eu acho que você é doente! Sério! Eu sentindo cheiro de merda, achando que tinha me cagado, depois que cheguei em casa pedi pra minha mãe me cheirar umas 30 vezes e a porra tava dentro do meu nariz?

-Não seu burro! Não era porra! Era cocô!

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