A Arte de criá-los.

Ontem, aniversário de um amigo bem chegado, família toda reunida, aquela fofocada, bate-papo, risadas, podres no ventilador e por aí vai... Tô vendo ele meio cabisbaixo, mas como ele é meio fechado, pergunto a minha mãe o que está havendo.

-Ele ta brigado com a esposa e reclama que a filha dorme na cama deles a 4 meses e eles não tem nem feito sexo.

Minha nossa senhora! O mundo ta de cabeça pra baixo! Como um chefe de família aceita essa situação? Ora minhas bolas! O cara trabalha o dia inteiro, chega cansado, coloca comida na mesa e não tem o direito (garantido por lei para os casados, isso não é mentira!) de dar umazinha?

Falei com minha mãe: -Mas é muito viadinho né? Em vez de chegar na mulher e mandar um direto: -Olha aqui minha filha, ou você me ajuda a resolver isso ou vou procurar o que você não ta me dando na rua! Simples! Minha mãe me repreende: -Ai Felipe, calma! Nem todos são iguais a você!


Fico pra morrer com a inversão de valores que as pessoas cegas têm nos dias de hoje. Conversei com uma amiga esses dias justamente isso. Não que eu seja um pleno entendedor do assunto, porém já passei por poucas e boas nos assuntos relacionados a família e crianças e principalmente, enteados. Gente, criança é tudo igual, querem fazer farra, têm vontades, vaidades e fazem birra! Eu fiz, você fez, sua mãe fez, sua namorada fez quando eram crianças! Então, comigo não cola esse papo de “Ah, é teu filho, não é teu filho, é filho do vizinho” Cara, criança, é criança! E tem que ser tratada como tal em seus direitos e deveres. Vejam bem, direitos e deveres, independentes de quem sejam, filhos de quem sejam ou a que classe pertençam. Criança é criança pois precisa ser educada, moldada, e bem moldada pra se tornar cidadão de bem, produtivo e independente. Voltando ao assunto com minha amiga, eu dizia ficar impressionado com a inversão de valores: As pessoas criam seus filhos pra si e largam seus companheiros pro mundo. Puta que pariu! Não sou estudioso estatístico, não trabalho em cartório, mas posso afirmar que pelo menos, mais de 15% das separações se devem a isso. E to falando não só dos outros, pois minha mãe também caiu em tal erro. Lembro-me que lá em casa era o que eu queria comer, o que eu queria fazer e nunca o que meu pai queria. Sorte do coroa que eu nasci bem povão, e amo tanto o Mengo quanto ele amava, então, dava na mesma! Víamos futebol, gritávamos pelo Mengo, ríamos horrores com Topa Tudo por Dinheiro e as pegadinhas do Ivo Holanda e ainda, quando minha mãe virava de costas, o coroa me cutucava pra olhar as dançarinas do Silvio Santos e me dizia baixinho no ouvido: -Bicho bão! (Negão, que saudades me dá de você falando isso, que saudade da tua gargalhada gostosa, aquela que não se preocupava em ser ridícula, que saudades, que saudades. :*(
Companheiro é companheiro, é amigo de peleja, é quem vai te segurar quando o bicho pegar e quem vai dividir teu mau humor na mesma cama. Filhos são tuas crias! Posso fazer-me parecer arrogante, posso até ser, mas meu noivado começou a terminar (graças a Deus) pelo mesmo fato: Eu não tinha intimidade com minha ex fora raros momentos. Ela simplesmente colocava a filha pra dormir em nosso meio, dormia agarrada e por aí ia... Pra não causar uma má impressão, vou esclarecer: Eu me amarrava na filha dela como me amarro em qualquer criança e eu não acho que a culpa era da filhota dela. A culpa era exclusiva e unicamente da mãe. Como sempre, sinceridade:

-Filha, esse relacionamento não dá pra mim não!
-O que você ta dizendo?
-É, não dá. Não to te crucificando pelo teu jeito super protetor tão pouco te julgando. Esse é teu jeito, mas não isso que eu espero de uma mulher minha.

Pronto! Simples e direto. Isso depois de muito ter tentado conversar sobre.
Depois dessa, só havia 2 alternativas. Ou consertava de vez ou desandava. Eu sinceramente não to aqui pra ficar falando do meu noivado e em tal época já não fiz a questão que se consertasse.
E imperou a inversão de valores! Pessoaaaaa, hellooooou! Acorda! Os filhos devem ser criados pro mundo e seu companheiro deve ser cuidado pra você!
Há quem me diga: É porque você nunca foi pai. Sim, não fui e pretendo ser. Porém, tenho plena consciência que são amores diferentes. Um não substitui o outro. O que acontece é que vejo as pessoas morrerem pra vida após terem filhos quando o que deveria ser feito é exatamente o contrário. Essa minha posição refere-se a filhos e não a relacionamentos, portanto, vale pra um filhote meu com a minha esposa (quando a tiver... alguém aí quer ser mãe? ) ou pra filhos de pais separados. Espero que quem leia tenha a mente aberta pra entender o que digo, e principalmente, ter bom senso, pois quando me refiro a criar pro mundo, me refiro a prepará-lo pro mundo e não largá-lo por aí. Primeiramente, acho que pra uma pessoa ser boa de cabeça, ela têm por OBRIGAÇÃO que aprender a receber um não. Uma pessoa que não sabe receber um não construtivamente tem tudo pra se dar mal na vida. Vai chegar uma hora que você não conseguirá mais proteger tua cria de tudo e todos. Quando aquela menina linda da sala do lado der um sonoro não pro teu Pitico, você correrá atrás dela e a fará namorar com ele? Quando você não tiver grana pra dar o presente que sua filha quer, você vai assaltar o banco da esquina pra satisfazer a vontade dela? Quando o time do moleque tomar uma coça no campeonato inter-colegial você obrigará os organizadores a mandar o time dele pra final só por que ele queria a medalha? Então meus caros, comecem a ver seus filhos de outra forma. A questão é simples: Você vai ser abandonado pai, você vai levar igualmente um bico na bunda mãe!
É assim! Eu fiz, você fez, sua mãe fez, seu pai fez e seus filhos o farão com você! É a lei da vida e não há culpados pra isso! Os hormônios falarão mais alto, a necessidade de procriar e montar uma família são instintivas, e nessa hora, é melhor que seu companheiro não tenha abandonado o barco também, portanto, tratem de valorizar os seus.

Ps. Esse post é do meu outro blog, porém publiquei novamente após ler uma reportagem na UOL que virou um debate entre homens e mulheres separados com filhos que conseguem ou não manter um relacionamento amoroso com outra pessoa pós separação.

Sobre esse assunto, a minha opinião é: É sim, mais difícil. Mas é mais difícil tanto pro namorado(a) quanto pro pai/mãe da criança. Nesse ponto, não acho que a dificuldade se crie pelos filhotes, mas sim pelos adultos que não sabem dividir seu tempo ou conversar/impor aos seus filhos que eles também tem direito a continuar vivendo. A paternidade/maternidade não é uma coleira. Você realmente pode ter algumas coisas adiadas entre o casal, pois o tempo será dividido também com os filhos/enteados, mas deixar de fazer as coisas que qualquer casal comum faz, nunca. Isso é burrice.

Ps2. Infelizmente meu amigo se separou. Sinceramente, eu já estava prevendo.

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