O Segredo que espalhou...

Na hora do almoço, pelo menos uma vez por semana visito a livraria aqui do shopping. Estava pra escrever sobre esse assunto há tempos, acontece que cabeça de maluco não pára (não consigo engolir a idéia que me enfiaram goela abaixo de que pára no sentido verbal e idéia não tem mais acento) e sou péssimo em notas mentais, ou seja, ao mesmo tempo que me vem uma idéia a mente, ela é facilmente jogada fora uns 15 minutos depois. Preciso urgentemente comprar um gravador. Enfim, voltando ao assunto, até mesmo para quem não é leitor assíduo, os títulos Marley e Eu, O Segredo e Código da Vinci não soam estranhos. São 3 best Sellers que encabeçaram a lista do New York Times e mais alguns termômetros literários bam-bam-bans nos últimos 2 anos. Li dois dos três, Marley e O código, e minha intenção não é a crítica literária. Não li O Segredo pois acho que livro de auto-ajuda fala sempre a mesma coisa, sempre aquele mesmo blá blá blá, mas esse não é meu foco. Quero chegar nas variantes. O número de autores hospedeiros é imenso! Só por esses 3 livros, sem o mínimo exagero, consigo tirar umas 15 variáveis.

Após o Código Da Vinci, saíram vários livros sobre Os Templários, Maçonaria, Santo Graal, Maria Madalena e por aí vai, mas em todos, absolutamente todos, na mesma linha do Best de Dan Brown. Todos pegando carona na onda Da Vinci e seus mistérios. Livros pra vender, marketing e nada mais. Cheguei ao cumulo de ver um chamado O Código do Justos, que traz na capa a informação “Melhor que o Código Da Vinci”. Pra mim, um livro que traz em sua capa como referência ser melhor que o do outro, é automaticamente descartado. Não o li, e pode até ser melhor que o do outro autor, porém, o que o autor do Código dos Justos usou como parâmetro pra publicar essa informação em sua capa, ainda que avaliado por outra pessoa? No mínimo, desrespeito ao seu colega de profissão. E olha que nem sou fanzoca do Dan, que pra mim, ainda fica atrás de Tolkien (óbviamente), Bernard Cornwell e Jan Guillou. Enfim, eu daria porrada no autor do Código dos Justos.

Na linha de Marley e Eu, montou-se um zôo nas livrarias. É livro de gato, papagaio, gato, macaco, avestruz, isso sem contar o grande número de livros de cães. Marley foi bonitinho, li, ri, chorei, me emocionei. O que vier depois de Marley, vai ser repetitivo. Você sabe que vai ler sobre um animal leal, que faz merda pra caralho mas é tão carinhoso que arranca suspiros. Não há para onde fugir. O assunto vai ser esse. Mais uma vez, carona literária de autor hospedeiro embarcando no sucesso de outro livro. Dos similares, eu tiro apenas, e apenas um que já havia me chamado a atenção pelo título e que me deixou feliz por não ter errado na minha crítica por aparência. A Arte de Correr na Chuva não é mais uma cópia alterada de Marley e Eu, o livro retrata a visão de um cão mediante situações que nós humanos passamos, ou seja, o carro chefe do livro pode aparentar ser o cão, mas não é. São as situações passadas e como são vistas pelo cão, que poderia ser uma pedra, uma árvore ou uma outra pessoa.

O Segredo, é o mais cômico. Nem no título economizaram, chegando até mesmo o próprio autor a pegar carona no seu Best. O Segredo, O Segredo do Segredo, O Segredo de como chegar ao segredo, A chave do Segredo e o Segredo da Puta que Pariu. Foi tanto Segredo que acho que todo mundo ficou sabendo. Vai ter neguinho brigando pra ficar rico.

Pra ganhar grana (ou pelo menos tentar) vale tudo. Por essas e outras, ainda prefiro os épicos históricos estrangeiros.

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