Um toque de autenticidade.

Não que Clodovil fosse a melhor pessoa do mundo e unanimidade, até porque, ninguém é. Não que eu o admirasse por todas as suas atitudes e fosse fanzoca, porque não era. Seria aquela coisa de escrever algo de bom sobre alguém que morreu (geral faz isso) e não é essa a intenção. Eu gostava do Clô... sim. Achava o cara homem com H maiúsculo. Sabia um pouquinho da história dele que foi bem sofrida, mas ainda não era por isso. Gostava do Clô por sua autenticidade. Da mesma forma que gosto do Romário, Arnaldo Jabour e Derci Gonçalves. Clodovil tinha sim um “Q” de quizumbeiro, o que nunca foi novidade pra ninguém. Enfim, qualidades e defeitos à parte, eu curtia a sua originalidade, o tipo que dá a cara a tapa sem medo da resposta.

Não são todos que falam o que pensam na mídia e depois sustentam sua posição, e Clodovil era um desses.


Quem me lê já deve ter visto uma frase que cito do Che, que diz: “Não concordo com o que dizes. Mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo”. Ela se encaixa perfeitamente com Clodovil. Não curto e nem aceito tudo que todo mundo fala. Acho que todos tem direito de serem polêmicos, de esquerda, de direita, canalhas, legais e etc, mas que mantenham a sua única cara. Clodovil só tinha uma. Nunca aprovei todas as atitudes do cara, mas a forma com que ele falava e expunha seus pensamentos era algo admirável. Meteu as caras, num país preconceituoso como infelizmente ainda é o nosso, processou quem devia e quem não devia, foi eleito deputado.

Morreu, cheio de desafetos, dividas e ainda assim, deixou em testamento tudo que tem a receber dos seus processos (cerca de 1.6 milhoes) para uma instituição de caridade. Nada pra amigos, nada pros mais chegados. Assim era Clodovil. Que agora os Santos vão ficar mais fashions, ah, isso vão... Quem sabe Clô não troca as chuvas de alagamentos por porpurina?


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