Destruidor de Sonhos



Lá ao lado da vila que moro tem um prédio, em que morava uma molecada da minha época. Vivíamos ali na frente do prédio durante a noite, jogando sueca, batendo papo e olhando as mulheres passar. Eis que um dia chegou carne nova, e pra um menino de 15, 16, qualquer alcatra de saia parecia picanha! Acho que o nome dela era Elizangela. Acho porque ela nunca foi de dar papo pra gente, nem de parar lá embaixo, então sabia o nome por terceiros, mas eu era louco pelos peitos da Elizangela. Saca aquela imagem do esquilinho do A Era do Gelo, de quando ele vê a noz e abre a boca olhando com olhos arregalados, salivando e caindo pra dentro? Era assim que eu olhava a Elizangela.

Num fim de semana despretensioso desses aí, sabe aqueles fins de semana que você não dá nada? Encontrei a Elizangela numa boate que íamos perto de casa. Pra minha surpresa, trocou algumas palavras comigo e foi hiper gente boa. Perfeito! Vou pegar a Elizangela!

No mesmo prédio, morava o Manollo. O pai do Alex, um amigo nosso de futebol, mais velho, da geração anterior. Manollo era sério, cara fechadona e sempre fingia brigar conosco. Falo fingia porque só sendo adulto (eu sou?) que a gente entende que certos adultos na nossa época eram tão amáveis que brincavam de brabos, e Manollo era um desses.

Um dia, descendo da casa de uma amiga lá do décimo primeiro andar do prédio, o Manollo me entra no décimo. Só eu e ele no elevador, eu sem graça porque ele era “brabo” pacas e Manollo me solta um baita dum peido. Ratátátátá... Juro que saiu assim! Manollo me olhou:

-Tu viu cara? Vai chover! Trovões.

Balancei a cabeça afirmativamente, segurando o riso. Subiu um cheiro ruim da porra, e no sétimo andar o Manollo desceu. Sozinho no elevador, dei aquele riso de canto de boca... No quinto o elevador para novamente. Quem entra? Claro! Claro que quem entraria seria aquele par de seios lindos que eu tava afim né? Óbvio! Vejam se Murphy perderia a oportunidade de apontar pra minha cara e dizer:

-Te fudi guri!

Elizangela entrou, me deu boa noite e baixou a cabeça. Eu juro que não entrei em pânico. O cheiro não havia passado e minha vontade de rir aumentou. Risada presa é aquilo né? Sai mais alta.

Térreo. Antes da prota abrir, Elizangela me olha e diz:

-Cara, além de porco você é palhaço?

Pronto, ali Manollo destruiu meu seios, ops meu sonho de adolescente.

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